terça-feira, 30 de julho de 2013

A proibição do celular nas escolas faz sentido?

“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
A frase, de Jean Piaget, não poderia ser mais atual, mas precisa encontrar eco nos novos desafios agora impostos aos educadores na formação de uma geração de estudantes que são nativos digitais.
Não é incomum ouvir pessimistas de plantão incrédulos com a adoção das novas tecnologias nas escolas, especialmente nas instituições públicas, que recebem estudantes com condições sociais mais precárias, sob o argumento de que não só não há recursos para investir na compra de equipamentos e de que a escola tem outras prioridades mais urgentes, mas também de que estes jovens não teriam a cultura necessária para utilizar computadores, tablets, softwares ou pesquisar na Internet.
Será mesmo? Antes de fazer uma análise do ambiente escolar, cabe avaliar o comportamento desta nova geração no acesso e uso das tecnologias digitais. Basta um olhar mais atento para perceber que, assim como aconteceu com o rádio e depois com a TV, os celulares, os tablets e computadores, de uma forma geral, estão cada vez mais presentes nos domicílios das classes menos favorecidas, criando assim um cenário bastante favorável para adoção deste tipo de tecnologia nas escolas.

De acordo com recente pesquisa realizada pelo CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) com o apoio da Fundação Victor Civita com estudantes do Ensino Médio, com faixa etária entre 15 e 19 anos, residentes em São Paulo e Recife e renda familiar inferior a R$ 2,5 mil, quase 60% possuem um celular ou tablet com acesso à Internet e mais de um quarto deles já os utilizou para estudar e realizar atividades escolares.
Ao invés de coibir o uso do celular, as escolas deveriam incorporá-lo como um recurso que já tem uma forte ligação com a rotina dos estudantes. Se bem aplicados e com um planejamento bem elaborado, eles podem contribuir fortemente para envolver os alunos em um processo de aprendizagem baseado em projetos, envolvendo atividades desafiadoras e que são conectadas ao cotidiano do aluno. As escolas devem estimular a criação de conteúdos e o desenvolvimento de projetos educacionais e pedagógicos que o transformem em uma poderosa ferramenta de ensino e aprendizagem.
Está nas primeiras páginas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que o objetivo final do Ensino Médio é preparar o aluno para dar continuidade aos seus estudos, ingressar no mercado de trabalho e exercer sua cidadania. Mas será que a organização de nossas estratégias de ensino estão suportando efetivamente estes desafios?
Agregar o celular como ferramenta pedagógica já pode ser um excelente começo. Proibir seu uso nas escolas faz com que os alunos se sintam em um presídio, de acordo com a pesquisa desenvolvida pelo CEBRAP
Ao que tudo indica, ainda não. Em pesquisa realizada com 63 presidentes de grandes empresas, publicada pela revista Você S/A, os mesmos mencionaram que buscam jovens que saibam se comunicar bem pela oralidade e pela escrita, tenham um bom raciocínio lógico, saibam pesquisar, se relacionar bem, usar tecnologias, administrar bem o tempo, preservar o meio ambiente e fazer trabalho voluntário. Ou seja, muito mais do que pessoas com conhecimento técnico, as empresas estão buscando pessoas que tenham atitude, iniciativa, criatividade e resiliência.
Para que a escola consiga engajar e motivar estes alunos da geração que já nasceu digital é preciso avaliar alguns pontos, como se a grade curricular que está sendo trabalhada é relevante e faz sentido para os alunos; se as estratégias de ensino são instigantes e desafiantes, colocando o aluno no centro da aprendizagem e colaborando no desenvolvimento de suas competências e habilidades básicas para serem mais participativos na sociedade; e, claro, se os recursos que apoiam estas iniciativas são os mais adequados.
O celular pode permitir aos alunos pesquisar na Internet, criar textos, gravar vídeos, tirar fotos, produzir podcasts, armazenar dados e compartilhar todo material nas redes sociais e blogs, possibilitando, inclusive, desenvolver projetos colaborativos envolvendo alunos de várias escolas e até mesmo de outros países, entre diversos outros recursos que irão tornar o processo de ensino e aprendizado muito mais empolgante.
Adotar as tecnologias digitais na educação é um caminho sem volta. Mas não é preciso reinventar a roda. Agregar o celular como ferramenta pedagógica já pode ser um excelente começo. Proibir seu uso nas escolas faz com que os alunos se sintam em um presídio, de acordo com a pesquisa desenvolvida pelo CEBRAP.
Já há diversas empresas desenvolvendo softwares e aplicativos para smartphones com fins educacionais. Afinal, se o celular é uma ferramenta para uso profissional, por que os alunos não podem utilizá-la na escola? Um dos principais papéis da escola não é justamente preparar os estudantes para o mercado profissional? Então, qual o sentido de obrigar o aluno a deixá-lo em casa?

por Luciana Maria Allan


Fonte: http://porvir.org


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Wi-Fi: saiba o que aumenta ou não o sinal do roteador em casa

Instalar um roteador para usar internet sem fio em qualquer lugar da casa nem sempre é garantia de que ela vá chegar a todos os cantos dela. O Wi-Fi pode sofrer várias interferências, e soluções "caseiras" para aumentar o sinal dele podem não funcionar. Abaixo, você verá o que pode ajudar ou não sua rede sem fio doméstica.

O que atrapalha o sinal do Wi-Fi em casa?
Vários fatores, desde obstáculos físicos (como paredes e colunas) a outros invisíveis (ondas emitidas por outros aparelhos). "Toda rede sem fio é uma rede de rádio. Um sinal é transmitido pela sua casa e essas ondas vão sendo espalhadas pelos cômodos", explica Rodrigo Filev, professor de Ciência da Computação do Centro Universitário da FEI. Essas ondas, diz o especialista, têm dificuldade de ultrapassar barreiras físicas e também sofrem interferência, como ocorre com rádios comuns.
Mudar o roteador de lugar pode intensificar o sinal do Wi-Fi?
Sim, porque o sinal emitido pelo roteador funciona como o de um rádio, é influenciado por obstáculos físicos. "Um carro ao entrar em um túnel perde o sinal do rádio, isso também acontece com o Wi-Fi", explica Filev.

O ideal, diz Rodrigo Paiva, gerente de produtos da D-Link, fabricante de equipamentos de rede, é colocar o roteador na posição mais alta e central possível no ambiente e evitar deixá-lo em um local muito baixo e com muitos obstáculos físicos (paredes e móveis, por exemplo). "Infelizmente, nem sempre o ponto de rede permite a movimentação do roteador. Por isso, recomendamos o uso de equipamentos que emitam o sinal com maior potência ou o uso de um segundo roteador."
Telefone sem fio pode interferir no sinal?
Sim, se o telefone funcionar em uma faixa de frequência semelhante ou igual à do roteador, que é a de 2,4 GHz, diz Rodrigo Filev, professor da FEI. É como no caso de um rádio comum: uma estação "pirata" atrapalha a regular se estão em "sintonias" iguais ou próximas.

Meu micro-ondas faz o sinal ficar ruim?
Sim, o micro-ondas pode causar interferência no sinal de rádio emitido pelo Wi-Fi. Isso porque ele opera na mesma frequência que o roteador, a faixa de 2,4 Ghz. Essas ondas que o equipamento emite ao esquentar a comida podem "vazar", ainda que bem pouco, para fora do equipamento e ajudam a "espalhar" as ondas do Wi-Fi.

Colocar senha no Wi-Fi melhora o sinal da rede?
Não, o sinal emitido será sempre o mesmo, independente da quantidade de dispositivos conectados à rede. Colocar senha no seu Wi-Fi pode, no entanto, impedir que "vizinhos" usem sua internet sem fio e atrapalhem o seu tráfego de dados na rede, dando a impressão de que ela está lenta.

Trocar a antena do meu roteador pode ajudar no sinal?
Nem sempre. A simples troca da antena por uma de maior alcance de transmissão pode melhorar o sinal, mas ele ficará sujeito aos mesmos obstáculos que já existiam na casa, como paredes e colunas, explica Paiva, da D-Link. "O roteador permanecerá na mesma sala, ou seja, o sinal pode continuar a não chegar aos outros ambientes."
A recomendação, diz ele, é usar um segundo roteador, que funcionará como repetidor de sinal do primeiro, para que o Wi-Fi atinja os cômodos mais distantes da casa. Esse aparelho dispensa cabo de rede e precisa apenas ser conectado à tomada para começar a funcionar.
Meu roteador é velho, será por isso que o Wi-Fi anda ruim?
Não, porque o equipamento mantém sempre a mesma potência de transmissão, independente do tempo de uso. O que pode atrapalhar o sinal é o acúmulo de sujeira na antena ou o posicionamento incorreto dela.

Um secador de cabelo ou uma máquina de lavar atrapalham o Wi-Fi?
Sim, é possível que equipamentos dotados de motores elétricos e conectados na mesma rede de energia na casa interferiram no sinal do Wi-Fi, diz Filev, da FEI. "Eles geram uma espécie de ruído na tomada. É aquela mesma interferência, por exemplo, que fazia antigamente a imagem da TV chuviscar quando alguém ligava uma batedeira", compara. Para evitar o problema, é preciso dimensionar e instalar corretamente os circuitos elétricos da casa.

Colocar uma forma de bolo perto do roteador ou notebook aumenta o sinal?
Nem sempre. As antenas dos roteadores são projetadas para emitir um sinal uniforme e em todas as direções e, ao usar a forma, ele vai ser "rebatido" para um local específico da casa. Se a pessoa não posicionar corretamente o objeto, pode desviar o sinal para longe de onde é o ponto de interesse, explica Filev. Há quem tente posicionar a forma perto do dispositivo receptor (notebook, por exemplo), mas o mesmo problema pode ocorrer.

Outros roteadores de casas próximas à minha atrapalham minha rede?Muitos dispositivos conectados ao Wi-Fi atrapalham o sinal?
Não, mesmo que vários dispositivos, como tablets, smartphones e computadores, estejam conectados a uma mesma rede Wi-Fi, a intensidade do sinal emitida pelo roteador não é alterada. O que pode acontecer é o tráfego de dados ficar mais lento na rede.

Sim, o problema pode ocorrer principalmente em condomínios e prédios. Se muitos roteadores estiverem emitindo sinal em canais idênticos, eles vão interferir uns dos outros. "Cada equipamento vem em média com 16 canais diferentes, mas pode ocorrer de eles terem sido configurados no mesmo", afirma Filev. A recomendação é reconfigurar o roteador em outro canal, caso seu sinal esteja ruim.
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Usar um roteador com três antenas pode ajudar?
Sim, um roteador com mais antenas pode ajudar na propagação do sinal de forma mais abrangente, diz Paiva, da D-Link. A antena extra, no entanto, não implica diretamente no maior alcance do sinal a locais mais distantes da residência. "O Wi-Fi pode continuar com dificuldade de ultrapassar obstáculos físicos, dependendo de como for a casa." 

Usar um aparelho repetidor de sinal pode ajudar a aumentar o alcance do sinal?
Sim, a função desses dispositivos é captar a onda emitida pelo roteador e retransmiti-la para locais mais distantes da casa, onde você normalmente não consegue usar a rede sem fio. Segundo Paiva, existem aparelhos que desempenham essa função única e outros, como o segundo roteador, com mais recursos.

Atualizar o software do roteador pode ajudar a melhorar o Wi-Fi?
Não necessariamente, pois algumas atualizações de firmware (software interno do roteador) feitas pelas fabricantes servem apenas para corrigir alguns erros e implementar funcionalidades novas, diz Paiva. Além disso, a operação exige cautela e deve ser evitada por usuários leigos, sob o risco de inutilizar o roteador. Após a atualização, será necessário configurar novamente o Wi-Fi. 

Publicação do site UOL Notícias TECNOLOGIA, 19/07/2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

A TECLA DO MOMENTO: CRIANÇAS DA GERAÇÃO ‘F5’
Elas nasceram de 2001 a 2007, se atualizam num clique e são íntimas de banda larga, rede social e dispositivo móvel, aponta pesquisa

Ao lado de carrinhos e bonecas, tablets e smartphones. No meio da brincadeira de pega-pega, uma pausa para os jogos eletrônicos. A vivência com a tecnologia faz parte do cotidiano de 60% das crianças entre 6 e 11 anos das classes A e B do Rio, aponta o estudo Riologia, desenvolvido pela NBS e pela Casa 7 Núcleo de Pesquisa. Os pequenos, nascidos entre 2001 e 2007, acompanharam o estouro da banda larga e das redes sociais e o surgimento dos dispositivos móveis, uma revolução que está mudando o mundo e o desenvolvimento infantil.
Essa avalanche informacional modificou a forma como as crianças lidam com o conteúdo a que são expostas. A diretora de atendimento da NBS, Tatiana Soter, uma das responsáveis pelo estudo, classifica essa geração como “F5”, em referência à tecla “atualizar” do computador.
— Representa o rápido, o novo, o atual sempre. A atualização é fácil como apertar um botão — explica Tatiana.
para o play. Agora ela fala que vai tirar o iPad — diz a menina.

CINCO ‘FS’ COMO MARCA

Cinco “Fs” definem as características das crianças da geração “F5”. Elas são:
full time, estão sempre conectadas;
feed, são estimuladas por diversas fontes de conteúdo;
filtro, selecionam o que é relevante;
foco, se aprofundam nos temas de interesse; e
flexibilidade, capacidade de transitar com facilidade entre os assuntos.

— Diferentemente dos primeiros nativos digitais, que tinham uma busca horizontal por conteúdos, a geração “F5” transita entre as fontes de informação e se aprofunda nos assuntos de interesse — explica Tatiana Soter, da NBS.
De acordo com a pesquisa, as crianças da geração “F5” ficam, em média, 2h39m por dia na internet, sendo que 29% delas têm computador próprio e mais da metade (55%), celular. Os meninos se interessam mais por games (34%), enquanto as meninas preferem as redes sociais (24%).
— No geral, o comportamento de uma criança de agora se assemelha muito com o das crianças de 30 anos atrás. Elas gostam de brincar, pular elástico. Mas têm um grande brinquedo que é o iPad. E têm acesso a uma quantidade de informação que não se tinha no passado — diz a diretora da Escola Parque, Patrícia Lins e Silva.


Leia mais sobre esse assunto em 
http://oglobo.globo.com/tecnologia/a-tecla-do-momento-criancas-da-geracao-f5-9028179#ixzz2YwxZLeA5

quarta-feira, 10 de julho de 2013


"Sozinho, computador na sala de aula não faz nada", diz pesquisador



"A mera presença dos objetos técnicos em sala de aula não significa necessariamente inovação. Pode até ser um grande retrocesso. O computador sozinho não faz nada". A afirmação é de Edvaldo Couto, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e pesquisador nas áreas de cibercultura, tecnologias educacionais e criação de narrativas em ambientes digitais.
Para saber mais, acesse:

segunda-feira, 8 de julho de 2013

LEI Nº 5453, DE 26 DE MAIO DE 2009.MODIFICA A LEI Nº 5222, DE 11 DE ABRIL DE 2008, QUEDISPÕE SOBRE A PROIBIÇÃO DO USO DE TELEFONECELULAR NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO ESTADO DO RIODE JANEIRO.O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio deJaneiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º
A ementa da Lei nº 5222, de 11 de abril de 2008,passa a vigorar com a seguinte redação:

“DISPÕE SOBRE A PROIBIÇÃO DO USO DE TELEFONE CELULAR EOUTROS APARELHOS NAS ESCOLAS ESTADUAIS DO ESTADO DO RIODE JANEIRO.(NR)”

Art. 2º
O artigo 1º da Lei nº 5222, de 11 de abril de 2008, passa a vigorar coma seguinte redação:

“Art. 1º
Fica proibido o uso de telefones celulares, walkmans, diskmans, Ipods,MP3, MP4, fones de ouvido e/ou bluetooth, game boy, agendas eletrônicas e máquinas fotográficas, nas salas de aulas, salas de bibliotecas e outros espaços de estudos, por alunos e professores na rede pública estadual de ensino, salvo com autorização do estabelecimento de ensino, para fins pedagógicos.(NR)”

Art. 3º
Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, em 26 de maio de 2009.

SÉRGIO CABRAL

Governador


"As tecnologias não podem ser vistas como inimigas". Artigo que discute a utilização da ferramenta tecnológica na sala de aula. Fonte: porvir

A Tecnologia e a Educação